Presidente da Câmara de Boa Vista e subcomandante da PM presos por esquema de tráfico e compra de votos

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira (18) o presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), e o subcomandante-geral da Polícia Militar de Roraima, coronel Francisco das Chagas Lisboa, durante a operação Martellus, que investiga o financiamento do tráfico de drogas para compra de votos nas eleições municipais de 2024. A esposa de Genilson, Natalie Guimarães, policial civil, também foi detida.

Esquema milionário e crimes eleitorais

De acordo com as investigações, Genilson utilizou aproximadamente R$ 1 milhão, proveniente do tráfico de drogas, para comprar votos em Boa Vista. O coronel Lisboa teria informado o vereador sobre denúncias recebidas pela PM, comprometendo o sigilo das operações. Os valores pagos aos eleitores variavam entre R$ 100 e R$ 150.

A investigação teve início em outubro, com a prisão em flagrante de dez pessoas envolvidas no esquema de corrupção eleitoral. Posteriormente, a PF identificou um grupo em aplicativos de mensagens, no qual os envolvidos faziam a prestação de contas sobre as atividades ilícitas. Armas e outros materiais também foram apreendidos na operação.

Histórico de Genilson Costa

Reeleito vereador em 2024 com 3.744 votos, Genilson Costa exercia seu terceiro mandato consecutivo na Câmara de Boa Vista e havia sido diplomado um dia antes da operação. O inquérito aponta que ele já foi investigado por diversos crimes e teria recebido patrocínio do tráfico de drogas tanto para suas atividades legislativas quanto para a disputa pela presidência da casa legislativa municipal.

Ações da Polícia Federal

A operação Martellus, autorizada pela Justiça da 1ª Zona Eleitoral de Roraima, incluiu o cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão temporária. Até o momento, 12 mandados de prisão foram cumpridos, incluindo os de Genilson, sua esposa e o coronel Lisboa.

Repercussão e desdobramentos

A defesa de Genilson classificou sua prisão como “arbitrária e ilegal”, enquanto a Polícia Militar de Roraima afirmou estar acompanhando o caso. A investigação segue para determinar o envolvimento de outros agentes públicos no esquema.

Os investigados podem responder por crimes como associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, prevaricação, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro. O caso ressalta os desafios para combater a corrupção e o tráfico de drogas no contexto eleitoral, trazendo à tona questões sobre ética e transparência na política brasileira.

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